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Muitas vezes, receber a notícia de que uma pessoa é trans pode ser um choque para a família, pois abala expectativas e os conceitos que a família tem sobre aquela pessoa. Para quem é trans, em muitos casos há um temor de não ser aceito pela família. Muitos familiares podem se abalar, se culpar, se defrontar com medos, e sentem dificuldade para lidar com a notícia. Há familiares que desejam dar apoio, mas não sabem como. E há familiares que precisam também de apoio para lidar com essas questões. Há pessoas trans que necessitam de  tempo para se aceitar e para os familiares também pode ocorrer o mesmo. 

Você não está sozinho. Acompanho crianças, adolescentes trans e familiares de pessoas há muitos anos. Cuidamos para que seja um acompanhamento visando bem estar, suporte conforto e acolhimento tanto das crianças e adolescentes quanto de suas famílias. 

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Crianças e adolescentes

Com as crianças e adolescentes é muito importante observarmos seu comportamento, suas necessidades e seus desejos. Não se pode afirmar que uma criança ou adolescente é trans, baseando-se em um aspecto único de sua identidade. Várias crianças trans apresentam aversão às roupas, brinquedos associados ao sexo atribuído ao nascimento e demonstram preferência por estar entre aquilo no qual se identificam e que socialmente é atribuído ao outro gênero. Muitas dessas crianças relatam desejos de serem de outro gênero, (ex: meninos que dizem/querem ser meninas ou meninas que dizem/querem ser meninos)  e em suas brincadeiras costumam assumir papéis tipicamente masculinos ou femininos que diferem do sexo atribuído.

 

Ao brincar, como estão livres para experimentar e serem elas mesmas, ao assumir um outro papel expressam extrema felicidade e contentamento. Muitas vezes ficam tristes por serem quem são, pedem ao Papai Noel, fada-madrinha, para serem meninas ou meninos.  

 

Apesar desses fatores não serem determinantes da transgeneridade, são fatores que merecem atenção, principalmente se há insistência, perseverança e sofrimento por parte da criança, quando repreendida por seu comportamento nessas situações. 

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Em muitos casos, os pais e também as crianças não entendem o que está acontecendo. A criança pode acabar por se retrair, ficar triste, ter acessos de raiva e seu comportamento pode ser encarado como rebeldia, mas em muitos casos ela não tem recursos para expressar aquilo que sente. 

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É importante estar atento a possíveis sinais de sofrimento da criança e procurar por ajuda profissional. 

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Com o apoio terapêutico a criança/adolescente terá um espaço para experienciar e se expressar livre de julgamentos, podendo, cada vez mais, apropriar-se de si mesma e de seus desejos. É fundamental que respeite seu tempo e suas vivências. Cada criança ou adolescente tem uma experiência e não existe tempo certo para determinar se ela é ou não uma criança ou adolescente trans.

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O que costumamos dizer, é que a criança/adolescente irá mostrar o caminho.

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Cabe aos pais, profissionais de saúde e da educação, escutar, compreender e acompanhar o seu caminho, buscando sempre um desenvolvimento saudável e feliz.  E se compreendido que um processo de transição de gênero é o que diminuirá o sofrimento, dará mais auto-estima e conforto para aquela pessoa, dar segmento com o devido acompanhamento profissional. 
 

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PARA SABER MAIS

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"A criança é um navio e a felicidade é a bússola" 

Pai de uma criança trans

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A diferença entre sexo (que é atribuído no nascimento) e gênero 

 

Geralmente, a criança ao nascer, tem um sexo atribuído de acordo com as partes do corpo com as quais ela nasce. Comumente, às crianças que nascem com vagina, atribui-se o sexo feminino e  às que nascem com pênis atribui-se o sexo masculino. Porém, gênero é um termo mais amplo que inclui o senso interno de quem a pessoa é, que é chamado de identidade de gênero. E a maioria das crianças está ciente de sua identidade de gênero muito cedo na infância. As crianças não nascem sabendo ser meninos ou meninas, essa característica da identidade vai se constituindo ao longo de seu desenvolvimento, a partir do meio cultural e das relações sociais que ela estabelece, inicialmente com a família e mais tarde com outras pessoas.  Crianças adquirem a noção do "eu" e de pertencimento a um gênero por volta dos três anos de idade.  Nessa fase as crianças começam a manifestar atribuições daquilo que é considerado masculino e feminino e a se identificar, ou não, com as características de um ou outro gênero.

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Uma criança cujo sexo atribuído no nascimento se alinha com sua identidade de gênero  é chamada de cisgênera. Quando o sexo de uma criança atribuído no nascimento não se alinha com sua identidade de gênero, a pessoa é transgênera. 

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As atribuições e referências daquilo que pertence ao masculino e ao feminino são dadas pela nossa cultura e sociedade. Cada cultura possui atribuições daquilo que é feminino ou masculino e esses conceitos sofrem mudanças ao longo da História. Em qualquer sociedade, as ideias sobre o que é considerado expressão de gênero aceitável mudam com o tempo. 

SERÁ QUE MEU FILHO(A) É TRANSGÊNERO?

PARTICIPAÇÃO NA MÍDIA

Mãe de menino trans explica reação ao gênero do filho: 'Sensação de alívio por ver ele falar o que pesava tanto' | Retratos | Marie Claire (globo.com) 


A psicóloga especialista em transgêneros, Tatiana Zuccari, reforça que o acompanhamento psicológico é muito importante, tanto para a criança, quanto para os pais.

"Para a criança, a terapia é importante para que ela se expresse livremente, sem julgamentos, de modo que ela entenda quem é, o que sente, além de ter suporte e recursos emocionais para lidar com a família, escola e com as situações do dia a dia", explica, afirmando que no caso dos pais é importante que haja acompanhamento psicológico para uma melhor compreensão dos sentimentos dos seus filhos, além de ajudá-los a lidar com as próprias angústias e emoções.

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©2024- Tatiana Zuccari - Psicóloga Clínica - CRP-SP: 06/117859 -Tel: (11) 983584039 - Rua Urussuí 92, cj 35 - Itaim-Bibi - São Paulo - SP

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